Disfunções sexuais masculinas – Disfunção erétil

Disfunção sexual é um “bloqueio” total ou parcial da resposta fisiológica. Se partirmos desta premissa, a terapia tem a função de retirar estes bloqueios. Nenhum terapeuta ensina ao cliente a ter ereção, orgasmo ou ejaculação. Todo indivíduo nasce com este potencial. Mas aprendemos com o meio social a criar obstáculos à esta resposta fisiológica que é eliciada pela apresentação de algum estímulo erótico. Ou seja, a disfunção, salvo quando há determinantes orgânicos, é um comportamento aprendido.
A disfunção erétil geralmente é definida como uma incapacidade persistente ou recorrente para conseguir e manter uma rigidez peniana suficiente para permitir uma relação sexual satisfatória. É considerada a mais dramática de todas as disfunções, pois basta lembrar que em nossa cultura, o conceito de masculinidade está diretamente ligado ao de genitalidade. Assim, o pênis é percebido como símbolo de poder, dominação, virilidade. Neste contexto, ser homem significa ter um pênis capaz de funcionar de modo adequado. É ser potente.
Logo, os distúrbios eréteis costumam ter efeito arrasador sobre a autoestima do indivíduo, fazendo-o sentir-se sem poder, sem força e sem autoridade. Como nem todos possuem estrutura psicológica para lidar com uma disfunção erétil, é comum este tipo de distúrbio gerar desagregação conjugal, desespero e até suicídio.
É comum que, após um ocasional fracasso, o indivíduo crie uma situação psíquica de expectativa de novo insucesso e considere o próximo ato sexual um teste. Esta situação, que gera muita ansiedade, pode inibir facilmente o reflexo erétil. Ou seja, é exatamente o medo de não ter uma ereção que fará com que o indivíduo não a tenha.
Várias pesquisas apontam que, diante da falha de ereção, a(o) parceira(o) tem papel muito importante. Aquela(e) que admite que ele pode estar vivenciando um problema de saúde e o estimula a buscar tratamento torna-se uma(um) aliada(o). Aquela(e) que minimiza, se indispõe ou fica indiferente, contribui para a manutenção ou o agravamento da disfunção erétil.
Deflagrada a disfunção (mesmo que de origem orgânica), a continuação e o agravamento dependem de fatores emocionais: autoestima abalada aumenta a fragilidade e a falta de confiança na recuperação e no desempenho.
Tratamento:
Na primeira sessão é importante verificar se o cliente já passou pela avaliação médica para que possam ser excluídas causas de natureza orgânica, tais como: vascular, neurogênica, hormonal, anatômica/ estrutural, drogas-induzidas.
Após excluir as causas orgânicas é iniciado o tratamento psicoterapêutico. A Terapia Cognitivo-Comportamental vem apresentando resultados bastante satisfatórios no tratamento das disfunções sexuais.
Para iniciar o tratamento o terapeuta cognitivo-comportamental costuma utilizar as primeiras sessões para a avaliação e formulação de um plano de tratamento, em que é possível conhecer os antecedentes, detalhes com relação à natureza e amplitude das dificuldades sexuais e dispor de conhecimento geral sobre fatores causais e de manutenção das dificuldades sexuais.
O objetivo inicial da terapia sexual é ajudar o casal ou o cliente a desenvolver um relacionamento sexual mais satisfatório. Também apresenta outros objetivos, como por exemplo auxiliar o cliente a descobrir o que é satisfatório e adequado na atividade sexual, diminuir a ansiedade que atrapalha o desempenho, estimular a confiança e a segurança e aumentar o seu repertório sexual. Para uma boa relação sexual o terapeuta também pode incentivar uma distribuição das responsabilidades, o emprego de fantasias e uma visão mais sensorial, lúdica e descomprometida.

 

Referências:

ABDO, C. Psicoterapia para disfunção erétil. Disponível em: <http://portaldaurologia.org.br/noticias/psicoterapia-para-disfuncao-eretil/>. Acesso em: 02 dez. 2018.
ALVES, A. Tratamento das disfunções sexuais. Disponível em: <https://psicologiario.com.br/tratamento-das-disfuncoes-sexuais/>. Acesso em: 02 dez. 2018.
CAVALCANTI, R. C. Manual prático de tratamento clínico das disfunções sexuais. São Paulo: Roca, 2012.
MELNIK, T. & ATALLAH, A. N. Psicologia Baseada em Evidências: provas científicas da efetividade da psicoterapia. São Paulo: Santos, 2016.

Share

Recommended Posts

Comments

  1. Fiquei Apaixonada pelo seu post, Vou acompanhar seu Blog que é Top. Esse tipo de conteudo tem me agregado muito conhecimento. Grata!

  2. Execelente conteúdo, aproveita e visita meu site também, pois tenho certeza de que irá gostar bastante! Já aproveitei para me inscrever em seu Blog para continuar recebendo as atualizações. Muito bom, Grata.

  3. Excelente artigo, muito bom! Aproveita e também dê uma passadinha em meu Blog tenho dicas interesantes lá que vão ajudar muito, acredito que vai gostar. Grata!!

  4. Gostei muito das dicas, obrigado!
    Que Deus te abençoe suas dicas ajudam de verdade. Um abraço.

Deixe uma resposta para Andre Silva Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *